sexta-feira, 9 de setembro de 2011

‘Seguro pirata' faz vítimas em Alagoas

"Empresas se passam por associações e enganam consumidor com promessa de seguro automotivo por até R$ 18,00"

Fonte: Ana Paula Omena
Jornal Tribuna
Otávio Vieira, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, mostra uma das associações que vendem seguros veicular a partir de R$ 18


Acreditar na boa fé de supostas ‘empresas’ que comercializam o chamado Programa de Proteção Veicular, mais conhecido como ‘seguro pirata’, contratando o serviço por uma taxa irrisória, com valor mínimo de R$ 18 mais rateio, é entrar no ‘conto da carochinha’. É assim que representantes do Sindicato dos Corretores de Seguros em Alagoas (Sincor) avaliam a prática criminosa de ‘empresas fantasmas’ que atraem o consumidor pelo bolso.

Um levantamento investigativo feito pelo Sindicato apontou que pelo menos três associações estão atuando com esta finalidade em Alagoas. Maceió e Arapiraca, as duas maiores cidades do Estado, estão sendo os principais alvos.

Segundo as próprias empresas, que se autodenominam como associações de motoristas, o negócio funciona da seguinte forma: quem tem interesse em fazer seguro para seu veículo e não tem como pagar ou não quer pagar o valor de mercado, se associa ao grupo e consegue, na teoria, garantir o serviço por um valor quase irrisório.

Quando há um sinistro com o veículo, o valor da franquia fica mais em conta porque o conserto do carro estaria sendo rateado por todos os associados. Na prática, porém, não é o que acontece. O taxista José Vieira de Brito sabe bem o que passa quem faz o suposto seguro de proteção veicular e precisa do serviço. Ele contou que em dezembro do ano passado bateu com o carro, atingiu outro veículo e, por esta razão, acionou a associação, já que vinha pagando a mensalidade no valor de R$ 125.

“Assinei um contrato com mais de trinta páginas, confiando que estava fazendo um seguro do meu carro. Fui enganado. Tive que pagar mil reais de franquia, que eles não cobriram, e quando cheguei à oficina, eles me disseram que não iriam pagar o sinistro nem do meu veículo nem do outro condutor. Resultado: tiver que desembolsar cerca de R$ 3.600”, desabafou.

“Não recomendo para ninguém se associar a estes seguros que tem por aí. Estas pessoas que formam grupos dizendo que são associações, só se forem associação ao crime, ao roubo!”, disse a vítima. “As pessoas têm que fazer seguro de procedência. Hoje prefiro passar o ano inteiro pagando por um seguro mais caro, mas que sei que não vou me arrepender”, destacou seu José Vieira.

Otávio Vieira, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, mostra uma das associações que vendem seguros veicular a partir de R$ 18



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